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Suspeita de envenenar ovo de Páscoa no MA viajou mais de 380 km e fez degustação de trufas perto do trabalho de uma das vítimas

Jordélia Pereira Barbosa viajou de ônibus por mais de seis horas entre as cidades de Santa Inês e Imperatriz. Suspeita de envenenar três pessoas de uma mesm...

Suspeita de envenenar ovo de Páscoa no MA viajou mais de 380 km e fez degustação de trufas perto do trabalho de uma das vítimas
Suspeita de envenenar ovo de Páscoa no MA viajou mais de 380 km e fez degustação de trufas perto do trabalho de uma das vítimas (Foto: Reprodução)

Jordélia Pereira Barbosa viajou de ônibus por mais de seis horas entre as cidades de Santa Inês e Imperatriz. Suspeita de envenenar três pessoas de uma mesma família teve a prisão preventiva decretada na sexta-feira (18). Jordélia Matos Araújo, de 36 anos, foi presa na cidade de Santa Inês, na região do Médio Mearim. Divulgação/Redes sociais Jordélia Pereira Barbosa, 35 anos, presa suspeita de envenenar um ovo de Páscoa e enviar a uma família no Maranhão, viajou 384 km entre duas cidades e fez falsa degustação de trufas de chocolate horas antes do crime. Ela saiu de Santa Inês, no Vale do Pindaré, para Imperatriz, cidade no sudoeste do estado, onde se hospedou usando crachá falso. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Maranhão no WhatsApp A viagem foi feita em um ônibus interestadual que liga os dois municípios. Ela saiu de Santa Inês, por volta de 0h30 da madrugada de quarta-feira (16) e chegou em Imperatriz no mesmo dia, pela manhã. Segundo a Polícia Civil, após pedir para um motoboy entregar o ovo de Páscoa para a vítima, ainda na noite de quarta-feira, Jordélia retornou para Santa Inês por volta das 2h30 de quinta-feira (17). Três pessoas de uma mesma família comeram o ovo de Páscoa. Um menino de 7 anos morreu, na quinta-feira (17), a mãe e a irmã dele estão internadas em estado grave. A polícia realiza perícias para saber se havia veneno no chocolate e determinar qual a causa da morte da criança. Jordélia é ex-companheira do atual namorado de Mirian Lira, uma das vítimas. Ela foi presa em Santa Inês por suspeita de envenenar a família e, em depoimento, confessou ter comprado o chocolate mas negou ter colocado veneno no produto. Ela teve a prisão preventiva decretada nesta sexta-feira (18) e deve ser transferida para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. De acordo com as investigações, o crime teria sido motivado por ciúmes e vingança, já que uma das vítimas é a atual namorada do ex-namorado de Jordélia. O g1 não conseguiu localizar a defesa da suspeita até a publicação desta reportagem. Corpo de menino envenenado com ovo de Páscoa é enterrado em Imperatriz, no Maranhão Nome falso em hotel Jordélia Pereira se passou por uma mulher trans e fez a reserva em um hotel de Imperatriz. Com o nome falso de Gabrielle Barcelli, ela apresentou crachás falsos e um deles era de uma suposta empresa de gastronomia na qual ela supostamente trabalhava. Para não apresentar um documento de identificação, ela alegou para à direção do hotel que estava passando por um processo de regularização dos documentos como mulher trans e, por isso, não poderia apresentar eles. Jordélia Pereira usou identidade falsa para tentar fazer reserva em hotel de Imperatriz (MA) Divulgação/Polícia Civil Degustação Após chegar em Imperatriz, a suspeita chegou a fazer um serviço falso de degustação de trufas de chocolate em uma área próxima onde trabalhava Mirian Lira, uma das vítimas. Segundo a Polícia Civil, ela ainda apresentou alguns bilhetes supostamente falsos que seriam de pessoas que haviam comido os chocolates. Em um deles, havia escrito a mensagem "uma sensação incrível, uma explosão de sabor". Jordélia também forjou supostos bilhetes que seriam de pessoas que haviam comprado suas trufas Divulgação/Polícia Civil Suspeita foi flagrada comprando chocolate Suspeita de envenenar ovo de Páscoa se disfarçou para comprar chocolate em loja Por volta das 15h, de quarta-feira (16), Jordélia Pereira foi disfarçada em uma loja de chocolates de Imperatriz onde comprou um ovo de Páscoa. Imagens de câmeras de segurança do estabelecimento mostram ela disfarçada, usando óculos e uma peruca preta, comprando o produto. Durante a noite, o ovo de Páscoa foi enviado para a casa da vítima. Ainda na quarta-feira (16), por volta das 23h50, a suspeita foi flagrada por câmeras de segurança do hotel onde estava hospedada. Nas imagens, ela aparece deitada em um sofá onde mexe no celular por alguns minutos. Imagens de câmera de segurança mostram Jordélia Pereira Barbosa em um hotel de Imperatriz Reprodução De acordo com a Polícia Civil, por volta de 2h30 de quinta-feira (17), Jordélia pegou um outro ônibus intermunicipal com destino para Santa Inês. Ela foi interceptada e presa pelos policiais assim que desceu do ônibus ao chegar no município. Segundo o delegado Ederson Martins, ajunto operacional da Polícia Civil, todos os indícios do caso levam a crer que o crime foi premeditado com detalhes e com antecedência. Investigações Análises de imagens de câmeras de segurança, comprovantes de compras e depoimentos de familiares e pessoas ligadas às vítimas ajudaram a Polícia Civil do Maranhão (PCMA) a resolver um quebra-cabeça e chegar até a suspeita. Ao ser presa em Santa Inês, a polícia encontrou com Jordélia Pereira com duas perucas, restos de chocolate em bolsas térmicas e um bilhete de ônibus. As provas foram anexadas no inquérito e são indícios da participação dela no caso. Material apreendido com Jordélia Pereira Barbosa, 35 anos, suspeita de envenenar família com ovo de Páscoa no Maranhão. Divulgação/Polícia Civil do Maranhão De acordo com Manoel Almeida, delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, todos os indícios e provas reunidas pelos investigadores apontam Jordélia Pereira Barbosa como suspeita de ter envenenado a família. '"A gente pode dizer, com o que já colhemos até agora, que temos elementos suficientes para apontar essa autoria para essa pessoa que foi presa. Agora a gente vai esclarecer os detalhes. Que veneno foi esse, o tipo, isso a perícia vai apontar, para que possamos robustecer a nossa investigação e apresentá-la ao Judiciário'" afirmou o delegado-geral. As amostras dos ovos de Páscoa foram coletadas e encaminhadas para análise no Instituto de Criminalística. O laudo deve ficar pronto em 10 dias. Além disso, já foi solicitada à perícia a coleta de sangue das vítimas para identificar se há algum tipo de veneno, bem como foi pedida a análise dos produtos encontrados com a suspeita. 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Feliz Páscoa". Três pessoas da mesma família comeram o ovo de chocolate. Após ter recebido o doce, Mirian recebeu a ligação de uma mulher, não identificada, que questionou se ela havia recebido o ovo de Páscoa. A vítima atendeu a ligação, chegou a perguntar quem falava ao telefone, mas a mulher não respondeu. Luís Fernando, de 7 anos, filho de Mirian, foi o primeiro a começar a passar mal. O pai da criança e ex-marido de Miriam, foi chamado e a família levou a criança para o Hospital Municipal de Imperatriz (HMI). A criança chegou a ser entubada, mas não resistiu e morreu horas após ter sido internada. Já Mirian só começou a apresentar sintomas de envenenamento quando estava no hospital, logo após o filho ter sido entubado. As mãos da vítima começaram a ficar roxas e ela começou a sentir dificuldade de respirar. Ela foi internada na UTI do Hospital Municipal de Imperatriz. Logo após Mirian começar a passar mal, a filha dela, Evelyn Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, também deu entrada no hospital com os mesmos sintomas. A menina também havia comido o ovo de Páscoa. Mirian Lira e a filha, Evelyn Fernanda Rocha Silva estão entubadas e internadas em estado grave no Hospital Municipal de Imperatriz (MA).